domingo, 12 de outubro de 2008

RESENHA



AULA DE PORTUGUÊS - ENCONTRO E INTERAÇÃO

Por: Claudinha Ferraz

IRANDÉ Antunes. Aula de português – encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; um) 181 p. ISBN: 85-88456-15-x.


Esta obra compõe-se de seis capítulos, escritos em uma linguagem pedagógica voltada para professores de ensino fundamental e médio, assim distribuídos: 1)Refletindo sobre a prática da aula de português, 2) Assumindo a dimensão interacional da linguagem, 3) Repensando o objeto de ensino de uma aula de português, 4) Redimensionando a avaliação, 5) Conquistando autonomia, 6) Fechando por enquanto. Esses capítulos trazem ainda, análises baseadas em princípios teóricos que sugerem pistas que possibilitam auxílio nas reorientações das atividades que facilitam o ensino da língua materna.

Trata-se de obra de leitura muito prazerosa, uma linguagem bastante esclarecedora e com
muitos recursos que promovem um bom entendimento do texto por parte dos leitores. No
decorrer dos capítulos há ainda sugestões para atividades, discussões, leituras e reflexões o
que torna o trabalho ainda mais didático. O livro destina-se a professores, de ensino fundamental e médio, além de alunos universitários e todos que se interessam pelo estudo e ensino de português.

Passo à apresentação, capítulo a capítulo:

Refletindo sobre a prática da aula de português – Apesar da autora reconhecer que os educadores já vêm se empenhando em demonstrar um certo comprometimento, no sentido de trazer para a escola mais qualidade e êxito, com o ensino da língua, ela demostra que há ainda, muitos pontos menos positivos, que ocorrem nas atividades pedagógicas, que requer maior atenção, pontuando para aspectos relevantes que necessitam ser revistos no ensino da língua materna. Apesar do empenho, ainda se constata um diagnóstico que aponta para a persistência de uma prática pedagógica que em muitos aspectos, ainda mantém a perspectiva reducionista voltada para o estudo da palavra e da frase descontextualiuzadas no ensino da língua. Este é o ponto de partida da autora que analisa as práticas pedagógicas, enfatizando a forma que a oralidade, a escrita, a leitura, e a gramática são trabalhadas em sala de aula.
Assumindo a dimensão interacional da linguagem – A autora apresenta alguns princípios teóricos capazes de fundamentar um ensino da língua mais relevante e eficiente. Para isso tem como pontos de referência a prática da escrita, a prática da leitura, a prática da reflexão sobre a gramática e a pratica da oralidade. Na obra ela chama atenção sobre a interdependência existente entre teoria e prática, enfatizando como é importante que o professor entenda o significado dessa ligação mútua, no sentido de melhorar o desenvolvimento das suas práticas em sala de aula, destaca também, a importância de não acomodação do educador, que deve assumir uma postura ativa, procurando meios de se envolver em pesquisas, no sentido de transformar sua prática baseando-se em estudos, que possibilite a aquisição de uma ampla fundamentação teórica.
Repensando o objeto de ensino de uma aula de português – A autora destaca a importância de uma pré-definição do conteúdo programático, a partir daí, procurar desenvolver uma metodologia que possa ampliar a competência do aluno para o exercício cada vez mais pleno da fala e da escrita, incluindo também, a escuta e a leitura, nesse sentido, a obra apresenta algumas orientações e sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas no âmbito da escrita, da leitura, da reflexão gramatical e da oralidade, ressalvando o não propósito de passar uma receita pronta, mas sim, um incentivo para o professor criar suas próprias atividades.
Redimensionando a avaliação – A obra apresenta considerações acerca dos procedimentos gerais da avaliação decorrentes dos princípios apresentados no livro. A obra deixa transparecer que o tempo para reflexão é fundamental e indispensável para o desenvolvimento do trabalho de reorientação do estudo.
Conquistando autonomia – Nesse capítulo da obra são colocadas algumas reflexões que se relaciona com algumas questões, que de alguma forma, acabam sendo o motivo das justificativas apresentadas por professores, em relação à postura que assumem, quando de alguma maneira, se fala em mudança no ensino da língua. Citando como exemplo: a questão do preparo para o vestibular, a interferência dos pais, ou mesmo insegurança dos professores. A autora conclama o professor a buscar sua autonomia pedagógica buscando e construindo o conhecimento no sentido de poder conduzir seu trabalho com confiança, traçar seus objetivos em função daquilo que diagnosticou e poder utilizar o método de trabalho mais indicado embasados em concepções teóricas que possam trazer uma reflexão acerca do ensino da língua, que possa contemplar a oralidade, a escrita, a leitura e a gramática de forma inequívoca, conquistando uma autonomia didática, assumindo-se como especialista e comprometendo-se com a educação lingüistica de seus alunos.Fechando por enquanto – o capítulo de encerramento não esgota o tema. Ele está aberto para novas reflexões e inferências. Este é um ponto bastante positivo dessa obra que além de didática e educativa é muito interativa, incentivadora, pois percebemos literalmente, que cada palavra possui mesmo, a força de uma semente

2 comentários:

Unknown disse...

Claudinha muito obrigada!! Sua resenha me ajudou muito!!
estava cheia de duvidas ela me tirou todas obrigada!!

Unknown disse...

Gratidão por essa resenha que veio a abrir e clarear as ideias.